.1953
João Ramalho
moradia
Local: São Paulo, SP
Área do Terreno: 14.000m²
Área Construída: 7.000m²
Autores: Plinio Croce, Roberto Aflalo e Salvador Candia
“Este projeto, assinado por Roberto Aflalo em conjunto com Plinio Croce e Salvador Candia em 1953 – portanto, antes da constituição do escritório dos dois primeiros com Gian Carlo Gasperini, que só viria acontecer em 1962 – expressa uma característica recorrente em propostas futuras: a fachada na qual elementos estruturais salientes compõem uma espécie de grelha. Na época, os jovens profissionais buscavam se distanciar da formação voltada para a arquitetura clássica, e se inspiraram no Promontory Apartment Building (edifício laminar realizado cinco anos antes por Ludwig Mies van der Rohe em Chicago, Estados Unidos) para desenhar o prédio residencial de 16 andares e 64 apartamentos. Cada pavimento divide-se internamente em duas torres com dois apartamentos, um de dois dormitórios (na extremidade do pavimento) e outro de três (no centro) – como aproveitam toda a largura do edifício, as unidades se beneficiam amplamente da luz natural. Porém, diferentemente da linguagem única especificada pelo colega alemão em todos os fechamentos, o trio brasileiro investiu em uma composição mais rica: nos quartos, adotaram-se janelas do tipo guilhotina com folhas de madeira e, na da sala, esquadrias de metal e vidro. Painéis de fibrocimento pintados de branco fazem o acabamento abaixo da caixilharia – exceto em uma das metades da ala social, marcada por tijolinho artesanal. Tal variedade de soluções confere um ritmo à fachada principal que persiste ainda hoje. Na planta, destaca-se a solução dada à varanda: implantada em metade do módulo que corresponde à área social, ela não fica evidente – ao contrário, se camufla no grid estabelecido pelos autores para a fachada. O prédio levou o prêmio de arquitetura na categoria habitação coletiva da 4ª Bienal de São Paulo (1957). Naquele ano, o júri contou com nomes como Marcel Breuer, Kenzo Tange e Philip Johnson entre seus integrantes. O prêmio foi de 50 mil cruzeiros (o equivalente, hoje, a cerca de 35 mil reais, de acordo com a calculadora do Banco Central).”
Colaboradores:
Paisagismo: Waldemar Cordeiro, Texto: Marianne Wenzel
1953
João Ramalho
moradia
Local: São Paulo, SP
Área do Terreno: 14.000
Área Construída: 7.000
Autores: Plinio Croce, Roberto Aflalo e Salvador Candia
“Este projeto, assinado por Roberto Aflalo em conjunto com Plinio Croce e Salvador Candia em 1953 – portanto, antes da constituição do escritório dos dois primeiros com Gian Carlo Gasperini, que só viria acontecer em 1962 – expressa uma característica recorrente em propostas futuras: a fachada na qual elementos estruturais salientes compõem uma espécie de grelha. Na época, os jovens profissionais buscavam se distanciar da formação voltada para a arquitetura clássica, e se inspiraram no Promontory Apartment Building (edifício laminar realizado cinco anos antes por Ludwig Mies van der Rohe em Chicago, Estados Unidos) para desenhar o prédio residencial de 16 andares e 64 apartamentos. Cada pavimento divide-se internamente em duas torres com dois apartamentos, um de dois dormitórios (na extremidade do pavimento) e outro de três (no centro) – como aproveitam toda a largura do edifício, as unidades se beneficiam amplamente da luz natural. Porém, diferentemente da linguagem única especificada pelo colega alemão em todos os fechamentos, o trio brasileiro investiu em uma composição mais rica: nos quartos, adotaram-se janelas do tipo guilhotina com folhas de madeira e, na da sala, esquadrias de metal e vidro. Painéis de fibrocimento pintados de branco fazem o acabamento abaixo da caixilharia – exceto em uma das metades da ala social, marcada por tijolinho artesanal. Tal variedade de soluções confere um ritmo à fachada principal que persiste ainda hoje. Na planta, destaca-se a solução dada à varanda: implantada em metade do módulo que corresponde à área social, ela não fica evidente – ao contrário, se camufla no grid estabelecido pelos autores para a fachada. O prédio levou o prêmio de arquitetura na categoria habitação coletiva da 4ª Bienal de São Paulo (1957). Naquele ano, o júri contou com nomes como Marcel Breuer, Kenzo Tange e Philip Johnson entre seus integrantes. O prêmio foi de 50 mil cruzeiros (o equivalente, hoje, a cerca de 35 mil reais, de acordo com a calculadora do Banco Central).”
Colaboradores:
Paisagismo: Waldemar Cordeiro, Texto: Marianne Wenzel
